Um grupo de pesquisadores da USP de Ribeirão Preto (SP) tem obtido evidências positivas com uma nova técnica que promete amenizar as dores da cefaleia, ou enxaqueca, por meio de massagens em pontos estratégicos do corpo. O foco do estudo são mulheres com restrições para tomar remédios, como gestantes.
Trabalhos de respiração e de circulação sanguínea na região do pescoço já se mostram eficientes na redução de sintomas como náuseas e rigidez muscular, segundo a coordenadora do projeto, Débora Bevilaqua Grossi, que dirige os testes a voluntárias de 18 a 55 anos dentro do Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas (CER-HC).
Alguns medicamentos são ministrados, de acordo com a pesquisadora, como forma de ajudar as respostas do organismo. “As pacientes precisam tomar remédio, porque o tratamento multidisciplinar é mais efetivo do que uma abordagem única”, afirmou Débora, ressaltando que o estudo ainda não foi concluído.
Depois de serem avaliadas, as pacientes são submetidas a um tratamento com duração de oito semanas, processo em que a pessoa vai aliviar as tensões musculares principalmente em volta do pescoço. “A fisioterapia não vai curar a enxaqueca, mas quer diminuir as sensações dolorosas que podem aumentar a dor de cabeça que elas sentem”, disse Débora.
Cada sessão dura em média 40 minutos e é prescrevida duas vezes por semana. O trabalho inclui 15 minutos de respiração, cinco minutos de liberação mio facial – uma massagem suave sobre a pele -, seguida de dez minutos da chamada “massagem clássica”, na região cervical e no músculo temporal – na lateral dos olhos.
Outros cinco minutos são dedicados à técnica denominada “digito compressão”, em que a fisioterapeuta pressiona o dedo sobre o ponto que mais concentra dor até que a paciente se sinta aliviada. Por fim, a pessoa em tratamento é convidada a fazer alongamento.
Abandono dos remédios
A fisioterapeuta Maria Cláudia Gonçalves, que executa a massagem em caráter experimental, observa nas pacientes os primeiros resultados positivos a partir da segunda semana de tratamento.
Respostas do organismo que gradativamente evoluem de modo que quem sofra de cefaleia chegue a dispensar a ingestão de remédios que tomaria normalmente se não estivesse fazendo a terapia.
Além disso, as ocorrências de enxaqueca têm diminuído de três para um dia por semana, segundo Maria Cláudia. “O tratamento reduziu a frequência, a intensidade e a duração da dor”, disse Maria Cláudia.
Fonte: Tribuna Hoje