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Centro de Estudos e Pesquisas Psicobiofisicas

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Cosmoética e assistencialidade

Por  Anette Leal

COSMOÉTICA: implica no código de conduta individual, fruto das existências anteriores e do seu desempenho no âmbito da sua programação existencial atual. Portanto, é atemporal e não se submete a nenhuma cultura.

  • A partir da Cosmoética, qual o limite da minha assistencialidade?
  • Presto assistência pensando nos meus interesses?
  • A sua assistencialidade é cosmoética?

Qualquer ato (seja bom ou mal) tem conseqüências. Não existe efeito sem causa e nem causa sem efeito.  Classificar esse ato de bom ou mal é emprestar-lhe uma qualidade muito mais de cunho emocional.  O que é bom? O que é mal? Quem tem o condão de dar uma definição indiscutível para cada uma dessas palavras?

O que nos compete, no exercício da vivência conscientemente experimentada é perceber se o ato que pratico ou pretendo praticar prejudica a mim ou a outrem…

Por enquanto, fiquemos com essa reflexão!

Toda programação existencial se assenta sobre os seguintes pilares:

  • auto-superação: capacidade da consciência reconhecer seus traços falhos e com o uso dos traços forças ultrapassar e corrigir tais falhas;
  • reconciliação: disposição da consciência ir ao encontro do outro no relacionamento interpessoal;
  • assistencialidade: condição que vincula a evolução da consciência ao serviço que presta às demais consciências.

Vimos, em nas reflexões sobre Amizades Evolutivas e Relacionamentos interpessoais que há 3 tipos de amizades: comuns, evitáveis e evolutivas. Quanto mais amigos comuns, maior a oportunidade para desenvolver sua assistencialidade, ou seja, no relacionamento com o outro há sempre a possibilidade de crescimento pessoal, na medida em que nessas amizades eu veja mais do que é conveniente para mim.

As amizades evolutivas são aquelas que preconizam a interassistencialidade através da sinceridade e esclarecimento, visando o sinergismo dos traços-forças e superação dos traços-falhos. É a relação interconsciencial mais saudável da vida humana.

Não evoluímos sozinhos. Nossas consciências evoluem sempre na relação com as demais (relações interpessoais). Essa premissa é regida pelo princípio da maxifraternidade, o que podemos resumir como sendo a força de atração que nos mantém interligados.

            Nesse princípio, encontra-se a chave para entendermos a tarefa da assistencialidade.

A evolução se faz, racionalmente, através do serviço aos outros, seja de modo pessoal ou grupal. Essa dimensão leva necessária e imperiosamente à ação, à prática de tarefas.

Para Kardec, o Homem de Bem, o homem útil é aquele que interroga sempre a sua consciência para avaliar se seus atos foram pautados com todo o bem que ele poderia fazer, com toda utilidade que estivesse ao seu alcance: Fui útil? Estou sendo útil?

Assim, não há como tornar-se um Homem de Bem sem trabalho e sem o exercício da vida e, nela, a sua boa vontade e disposição para o serviço serão sempre alavancadores do progresso espiritual e forças construtivas para um mundo melhor.

Aproveitemos bem as oportunidades que nos forem concedidas e não desperdicemos tempo.

É a vivência de cada existência que determina o grau evolutivo de cada consciência. Por isso que a evolução é um processo individual e único. Cada existência é como um degrau na escada que conduz à evolução da consciência.

O esforço que cada um faz é que permite o acúmulo de habilidades na existência. Quanto mais a consciência se empenha inclusive em não repetir experiências, mais habilitado se torna e mais aumenta a sua evolucionalidade se tal esforço foi voltado à autosuperação, à reconciliação e à assistencialidade.

Por isso é que é tão importante a harmonia no convívio com os demais e é justamente por isso que devemos, o mais rapidamente possível aprender a entender, a amar e a perdoar a nós mesmos e aos outros. Não convivemos com as pessoas por acaso, mas porque todos com os quais cruzamos ao longo das nossas várias existências fazem parte do nosso processo de evolução.

O aspecto forma da vida é o campo de serviço.

Uma das tendências básicas no mundo do pensamento atual, é a ênfase que se dá à consciência grupal. Isto requer:

  • O desenvolvimento do sentido de responsabilidade
  • A necessidade de dar e não de receber
  • O reconhecimento dos fundamentos da vida
  • O serviço salva e liberta, em níveis distintos, a consciência aprisionada
  • O discípulo tem que aprender o expressar-se com plena consciência em diferentes maneiras e em forma simultânea.

O termo “assistencialidade” tem uma grande quantidade de significados que ganham mais cores quando vistas sob a ótica do emocionalismo. Mas o que queremos abordar hoje dentro do tema geral da Cosmoética é a assistencialidade interconsciencial (entre consciências) que visa ao atendimento das necessidades evolutivas da consciência que presta a assistência e da que é assistida.

É sabedoria o discernimento cosmoético pelo exemplo, através de uma conduta multidimensional, irrepreensível quanto à incorruptibilidade. Importa observar, em detalhes, se for possível, tudo aquilo que tenha relação com os serviços assistenciais, pessoais ou grupais às consciências. Estão ultrapassados os métodos místicos, simplistas e ingênuos de auxiliar às consciências, apenas com boa vontade e boa intenção.

Então, não se trata de praticar boa ação aleatoriamente para somar pontos para nossa própria evolução.

Para a Conscienciologia, “Evolui quem presta auxílio às consciências onde for possível, no momento que for possível, e como for possível, dentro dos princípios da cosmoética”.

Na avaliação que devemos periodicamente fazer da nossa proéx, cabem os seguintes questionamentos:

  • Você ajuda os outros desinteressadamente?
  • Que tipo de apoio você oferece hoje às pessoas: moral e material? Atende aos apelos com auxílio, paz e alimento?
  • Demonstra sincero e real interesse ao assistir alguém?
  • O faz com esmero, dando o melhor de você mesmo?
  • Em que você é realmente útil e prestativo?

Há sempre uma oportunidade para assistir = prestar serviço. Em qualquer relacionamento é possível assistir de forma cosmoética.  Do ponto de vista cosmoético, a tarefa de assistencialidade pode ser de consolação (tacon), de esclarecimento (tares) ou tarefa energética pessoal (tenepes).

ONDUTAS A SEREM CULTIVADAS NA ASSISTENCIALIDADE

  • autenticidade : ser autêntico não é ser agressivo, mas ter o discernimento para ser o mais franco e educado possível;
  • autoconhecimento
  • cosmoética:  deixar-se guiar pela ética cósmica, que não se confunde com a mutável e passageira ética do homem;
  • crítica:  solicitar, desde o início, a manutenção do espírito crítico;
  • discernimento: anular doutrinas sectárias à luz do discernimento universalista, estimular a reflexão.

O melhor lugar para exercitar a tarefa assistencial da consolação e do esclarecimento é a dimensão intrafísica aberta para os objetivos evolutivos, extrafísicos, máximos e ideais possíveis. A energética possui características mais específicas em função dos seus objetivos, no auxílio às consciex.

a)  TAREFA ASSISTENCIAL DA CONSOLAÇÃO – TACON

A tacon é a tarefa da consolação, assistencial, pessoal ou grupal, primária mais fácil de ser executada e mais simpática dentro do ambiente social humano, traz a gratificação imediata como retorno pelos esforços do praticante.

Sim, a tacon é ainda um paliativo. Uma obra mais simples de fazer média com as pessoas carentes. Ou de empregar as emoções e os eufemismos.

A tarefa da consolação é sempre ambulatorial, jamais chegando ao incentivo pela renovação plena dos assistidos. A reciclagem existencial que oferece é invariavelmente superficial.

No desempenho dessa tarefa, DEVE-SE EVITAR: hipocrisias, facilidades, emocionalismos, muletas psicológicas, competitividade.

Contemporiza, oferece lenitivos, diz sempre muito mais sim do que não; atende a quem ainda precisa pedir muito para si, sempre. Essa tarefa é libertária, mas é sentimental, doutrinária, salvacionista e precisa de gratificações emocionais, criando dependência.

b) TAREFA ENERGÉTICA PESSOAL – TENEPES

Por sua vez, a tenepes é tarefa diária, multidimensional, de ajuda energética aos outros, com assistência permanente de amparadores, a longo prazo ou para o restante da vida humana do praticante. Em geral, surge após a tarefa do esclarecimento já vivenciada. Como técnica eficaz, mantém o ser humano ligado à sua procedência consciencial, evolutiva, extrafísica, além da troposfera terrestre.   As raízes assistenciais da tenepes são extrafísicas ou multidimensionais, assentadas no amparador do praticante e no amparador do assistido ou assistidos.

c) TAREFA ASSISTENCIAL DO ESCLARECIMENTO – TARES

Tarefa do esclarecimento, assistencial, pessoal ou grupal, mais avançada. Sempre surge após a tacon já vivenciada.

Estimula o discernimento e a capacidade de pensar livremente, favorecendo que os outros se tornem despertos e ativos. Tudo deve ser feito com bom humor e lazer, sem culpa nem repressão.

É vivência alerta da assistencialidade racional, libertária, científica e cosmoética, em seu mais alto grau, a favor das consciências.

A tares é cirúrgica, patrocina reciclagens profundas, modifica, de fato, intimamente, a conscin de modo visceral, prático e objetivo; liberta a consciência do ciclo das vidas sucessivas repetitivas, por isso é a unidade para medir a auto-evolução.

Porque conduz as pessoas ao ato de pensar, por si, contribui para que a consciência se liberte do jugo milenar dos instintos, dependências doentias e sacralização.

A TARES é, para a Conscienciologia, a execução consciente da assistência às outras consciências, livre da influência de crenças e visando a construção de obras realmente libertárias e lúcidas, de modo que permitam a evolução tanto do assistido quanto do assistente.

Deve ser executada por toda consciência interessada em dinamizar a sua evolução, a partir de uma atitude crítica e autoconsciente que a leve a experimentar com lucidez a tarefa da consolação. É libertária, racional, científica e autocrítica porque trabalha no nível do mentalsoma. Não acredita, mas vivencia o melhor, experimenta, não exige e nem espera retorno. Entende e aplica os princípios da cosmoética na vida prática (discernimento).

Estabeleça, para si mesmo, as possibilidades e impossibilidades de você executar a assistência. Esforce-se ao máximo nos seus processos mentais, com autocrítica permanente, mas sem culpas, de modo que você esteja consciente do tipo de assistência que você está prestando e que benefícios você está proporcionando.

A Tarefa do Esclarecimento possui as seguintes vantagens:

  • – alcançar a holomaturidade (integrada) o mais breve possível
  • – aperfeiçoar o código de princípios pessoais em uso em nossa vida humana
  • – aproximar-se da execução da programação existencial pessoal
  • – combater as autocorrupções com elevado senso de discernimento cosmoético.
  • – conseguir o melhor nível possível de autolucidez consciência.
  • – manter permanentemente atualizada a autoavaliação consciencial mais justa
  • – minimizar, a níveis razoáveis, omissões e erros grosseiros da própria conduta, identificando-os sem culpa

A vivência do auxílio fraterno do esclarecimento de uma consciência para outras, apresenta características muito bem definidas hoje. O tarefeiro está sempre na minoria e no contrafluxo, clareando os fatos, apontando os erros e oferecendo soluções evolutivas mais definitivas, no desempenho de obra complexa.

Diz sempre muito mais não do que sim; atende a quem não mais pede para si, só para os outros; exalta as autocríticas; apresenta entendimento mais difícil, execução menos agradável, desempenho nem sempre simpático, sem resultados imediatos na vida humana do dia a dia.

Apoia-se nas reações ativas das pessoas mais amadurecidas, independentemente da opinião pública, priorizando a qualidade dos serviços prestados. Utiliza as ideias, o discernimento e a capacidade de pensar livremente das personalidades, ou seja, os mentaissomas despertos e ativos. Aplica-se à essência dos seres e ao conteúdo dos fatos, através das técnicas de profilaxias conscienciais, racionalizadas e desrepressoras.

Tem no discernimento – sua base de persuasão – a essência do ato de despertar os dormidores evolutivos de todos os tipos, em qualquer parte. Apoiando-se, primeiro, na consciência humana, explica os porquês e os comos para todos se libertarem do ciclo das vidas terrestres repetitivas. Nada exige.

Fala em bom humor e lazer, repudiando convenções e temporalidades da Socin.

Insiste sempre nas muitas vidas sucessivas e inevitáveis, à frente, e nas razões por que devemos agilizar a nossa evolução consciencial.

Leva cada qual a pensar por si, a fim de domar os instintos animais, em experimentos pessoais, substituindo a crença pelo conhecimento direto, dispensando cultos a personalismos, gurus e a catequese sistemática.

O acúmulo de conhecimentos assegura o desenvolvimento da intelectualidade – capacidade de entender, conceber, perceber e compreender as realidades do Cosmos, segundo a Conscienciologia – a qual, por sua vez, não é significado de evolução por si só, mas é essencial e necessária para prestar assistência aos que estão em um degrau mais abaixo.

A intelectualidade é importante na avaliação periódica da nossa programação existencial (reciclagem existencial) pra que possamos cumprir a nossa proex com menos insegurança, mais celeridade e o mais evolutivamente possível.

Teste a sua consciência: Ninguém, a não ser você, precisa saber dos resultados. Apenas responda a estas perguntas simples, mas extremamente autocríticas, sem autocorrupção:

  • Quantas horas na semana penso e atuo visando a mim mesmo?
  • Quantas horas na semana penso nos outros, mas visando ao meu ego?
  • Quantas horas na semana interajo com outrem, visando ao meu ego?
  • Quanto atendo, na vida diária, exclusivamente aos apetites só meus, intransferíveis, tais como fome, sede, sexo, sono, afeto, e outros?
  • Quanto espaço de minha vida humana está ocupado unicamente com objetos físicos que só dizem respeito à minha pessoa?
  • Quanto espaço de minha vida humana está ocupado com objetos físicos que visam, altruisticamente, a outras consciências?

Respiramos, na Terra, para servir uns aos outros, antes de tudo.

A consciência não-assistencial ainda não despertou para o fato de que vem à dimensão humana para servir às outras consciências, razão de ser da experiência material, o único recurso dinamizador da autoevolução.

A consciência assistencial, ao contrário, já sabe que veio à vida intrafísica para servir às outras conscins e consciexes e se conscientiza, de algum modo, em ajudar aos demais na vivência dia a dia.

Qual o tipo da sua consciência?