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Centro de Estudos e Pesquisas Psicobiofisicas

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Avaliando a Autoexpressão

Por Anette Leal

São variadas as formas com as quais expressamos nossos pensamentos e nossas emoções. Essas expressões podem ter som, mas também podem ser silenciosas. Gestos, falas, movimentos, sorrisos, caretas, sisudez… todos esses são exemplos de expressão. E há ainda as formas que nem percebemos e, em consequência, não controlamos: as energias que emanamos em gestos, falas, silêncios…

Na comunicação evolutiva importa estudar a própria autoexpressão porque é esta quem nos revela para nós mesmos e para os outros. A autoexpressão seria a ‘vestimenta’ da autopensenização, refletindo-lhe a qualidade e o nível evolutivo.

Tanto o som quanto o silêncio são modos de autoexpressão, pois revelam consciente ou inconscientemente como estamos e quem somos internamente, no íntimo.

Vimos anteriormente que para a comunicação evolutiva requer, no mínimo, estas habilidades: saber falar, saber ouvir, saber ler, saber escrever, saber traduzir e saber pensenizar. A forma como faço uso de cada habilidade dessas constitui o conjunto da minha autoexpressão.  

Então, o que e como me expresso é, na verdade, o que e como eu penso e sinto. E não necessariamente harmônico, equilibrado, sadio!

Para a Conscienciologia a autoexpressão define-se como a “capacidade da consciência, conscin ou consciex, exteriorizar para os outros, ou comunicar para o Cosmos, as próprias manifestações pensênicas, a intencionalidade, a autodeterminação ou o autoposicionamento a respeito da realidade e da pararrealidade, dos fatos e dos parafatos, na vida ou nos experimentos da evolução consciencial” (Waldo Vieira, 2012).

É a expressão da realidade instraconsciencial percebida ou observada tanto por mim mesma quanto pelos interlocutores com quem me relaciono, revelando-se [a realidade íntima] na minha fala, no meu comportamento no mundo.

A autoexpressão “é a unidade de medida da consciência comunicativa e, portanto, torna-se pertinente tratar de aspectos desenvolvedores de melhor nível comunicativo, tendo como meta a conquista da comunicação evolutiva” (Ana Seno).

Seja na interlocução consigo mesma (intracomunicação), seja com as demais consciências (intercomunicação), a autoexpressão revela ainda a forma em que construímos a nossa pensenidade e, obviamente, o nível de maturidade consciencial.

“O somatório das várias pensenizações conscienciais forma o conjunto dos holopensenes de ambientes, lugares, caracterizando o Cosmos, as comunexes, as sociexes, com suas correspondências intrafísicas” (Ana Seno).

Então, você contribui para melhorar ou piorar o que caracteriza o Cosmo, em última instância. E isso é alimentado pelos pensamentos, emoções e energias emanados de nós a cada instante. Por isso comece agora a sua autopesquisa sobre os seus pensenes porque as mudanças são internas, individuais, únicas, mas eficazes!

A autorreflexão favorece a busca da coerência na autoexpressão quando a consciência faz o rastreamento interno dos elementos de sua intraconsciencialidade para melhorar sua autenticidade e verbação. 

Há dois modos básicos de enfrentar os fatos/parafatos, quais sejam: (i) realista e (ii) fantasioso.

No modo realista, a visão de mundo se prende aos fatos; não permite eufemismos ou autocorrupção; evita uso de máscaras sociais; busca autenticidade nas atitudes, opiniões e comportamentos nos inter-relacionamentos com as demais consciências e consigo mesmo.

“Autêntico é aquele que coincide com ele mesmo. Que ensina o que sabe e pratica o que ensina. Quem não pratica o que ensina perde a autenticidade. Perde a validade no modo de ação, da reflexão, de pensamentos” (Mário Sérgio Cortella).

Por sua vez, o modo fantasioso, fantasista, aborda o mundo com visão romântica, idealizada (portanto, que não corresponde aos fatos vivenciados e manifestados); esconde a verdadeira essência da consciência; aproxima-se da autocorrupção; utiliza a fantasia para construir a realidade.

A autoexpressão ou manifestação consciencial pode ocorrer de forma:

– patológica: a consciência fecha-se em mutismo permanente (autismo mais severo) ou em autocomunicação que leva ao isolamento intrafísico (fobia social);

– homeostática: a consciência abre-se, em autoexpressão sincera, transparente e com intencionalidade hígida (sadia), cosmoética.

Avaliar e identificar em que ponto situa-se a minha manifestação consciencial depende da autolucidez e do autodomínio dos saberes comunicativos.

Assim, cabe a cada um de nós pesquisar as razões que bloqueiam a livre autoexpressão, dispondo-se ao autoenfrentamento de medos, desnudando-nos perante nós mesmos, em autopesquisa sadia, pacificadora e recicladora.

A pesquisadora Ana Seno afirma: “O evoluciólogo prioriza a autoexpressão cosmoética com o autodiscernimento constante quanto à sabedoria da inteligência evolutiva, buscando eliminar o fechadismo, a vivência exclusiva no mundinho pessoal, característica da vida em interiorose antievolutiva. Tal conduta expressa o nível de apriorismose”.

Segundo a Conscienciologia, a apriorismose é condição patológica da consciência, incapaz de lidar com a realidade dos fatos e com as mudanças, caracterizada pelo raciocínio exclusivamente apriorístico e preconceituoso.

Na autoexpressão, a consciência revela o seu rico universo íntimo, suas potencialidades, talentos, habilidades, experiências e capacidades que vem acumulando nas suas várias existências.

Reflita: Como você avalia seu modo de autoexpressar-se? Você investe na melhoria da qualidade de sua autoexpressão?