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Centro de Estudos e Pesquisas Psicobiofisicas

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Automotivação: o que me move?

Por Anette Leal

O que me move? O que me faz levantar da cama todos os dias? O que me impulsiona nos momentos de escolha? É a emoção? O vício? A razão? Ou é a minha real vontade? Será que simplesmente me deixo guiar pela mão, deixando que a correnteza “me arraste moço sem ter visto a vida”?

A palavra motivação deriva do francês e do latim, significando “relativo ao movimento, móvel”.

A automotivação é integrante de um trinômio essencial à execução da programação existencial,porque equilibra a consciência no autocontrole da realização contínua: automotivação-trabalho-lazer.

Daí, concluímos preliminarmente que motivação tem a ver com dinamismo, impulso e é antônimo de tudo o que é estático.

O trinômio automotivação-trabalho-lazer é o processo da autossuficiência que conduz à realização da programação existencial de cada consciência. Em outras palavras, quando se diz que não estamos neste mundo para passar férias, significa justamente isso: temos um propósito, uma programação a cumprir (motivação), através da realização de um trabalho (prestação de serviço) para os demais, mas tudo com a leveza e alegria própria do lazer.

Compreender  que não estamos aqui de férias, mas para prestar serviço a nós mesmos e aos que conosco convivem (grupocarma) não implica em castigo e abolição do riso e da diversão. O lazer é parte do trinômio que nos dá a autossuficiência realizadora, ainda que não seja o lazer do senso comum, cultuado pela Socin.

Uma conscin motivada é autossuficiente e competente. É uma conscin de ação, mas não ação desordenada, aleatória, seguidora de impulsos. É a conscin que usa o seu corpo mental, as suas emoções e energias a seu favor, de modo que a ação é sempre previamente planejada, cuidadosamene executada e, portanto, eficiente.

Assim, na automotivação há sempre o predomínio da vontade da consciência.

A evolução da personalidade, que se dá pelas experiências de cada existência, exige um trabalho consciencial incessante, com o desenvolvimento de todos os corpos que constituem a consciência.

A esse trabalho consciencial podemos chamar de aprendizado. Uma consciência deve estar permanentemente motivada a entender o porquê dos interesses pessoais e os motivos comportamentais da pessoa no seio do grupo evolutivo no qual se insere.

A automotivação  é, pois, o estado motivacional pessoal e corresponde ao nível evolutivo de cada um, sem que  isso implique em estigmatizar como certo ou errado.

Dependendo da maturidade da conscin, a motivação pode se apresentar nas seguintes categorias, dentre outras:

a)      Inteligência: inteligente ou tola (usar a aposentadoria para estudar e desenvolver-se espiritualmente ou  para “aproveitar a vida”);

b)      Priorização: prioritária ou ineficaz (optar por experiências que levam ao autoconhecimento ou não tirar das experiências os ensinamentos decorrentes);

c)      Frequência: permanente ou esporádica (manter-se autoconsciente o máximo possível ou somente eventualmente dedicar-se a alguma experiência de espiritualidade –meditação, por exemplo);

d)      Racionalidade: racional ou emotiva (utilizar-se da razão para experiências de autossuperação e de reconciliação ou acumular conhecimentos circunstanciais pela simples erudição ).

Uma consciência é autossuficiente quando a sua motivação é gerada pelo serviço consciencial da personalidade, ou seja, quando a personalidade se submete à vontade da consciência e não às circunstâncias determinadas pelo ambiente/contexto externo, para criar e manter a prestação de serviço com o emprego inteligente das suas energias, do seu tempo e das oportunidades buscadas.

Desse modo, a consciência está equilibrada e apresenta autocontrole porque trabalho e lazer se completam mutuamente na motivação de realização contínua, sem hesitação ou lacunas. As energias conscienciais dessa conscin automotivada são geradas continuamente e empregadas com inteligência para que adquira um estado vibracional cosmoético e autodefensivo.

As forças motivadoras impulsionam a consciência de dentro para fora do seu microuniverso pessoal e eliminam a possibilidade de contaminação pelos eventos da Socin, geralmente ainda patológicos. Ou seja, a conscin está protegida da ameaça de manipulação hipnótica por valores e tradições circunstanciais ditado pela Socin.

A motivação autossuficiente conduz à consciência:

  • Sentido fossilizador                 →→    sentido evolutivo
  • Sentido centrípeto                   →→     sentido centrífugo
  • Sentido egocêntrico                 →→    sentido altruísta
  • Sentido de fora para dentro    →→    sentido de dentro para fora.

Tudo no rumo correto do policarma vivido.

A aspiração de estudar a si mesmo conduz a consciência ao autoconhecimento, através do discernimento da teoria, mas muito mais por intermédio da motivação pela experiência, prática e prioritária, no dia a dia. Por isso, a escolha da ocupação pessoal é importantíssima!.

Do que você se ocupa? Com que tipo de experiências você escolhe se ocupar?

Você desempenha a profissão preferida? Você tem ou teria opção?

O trabalho para você funciona como lazer?

A chave para as respostas a esses questionamentos íntimos pode estar na automotivação.

A motivação não é dada por elementos ou fatores externos. Então, é completamente visceral, interna. É o que me leva a mudar, apesar dos afagos ilusórios do ambiente externo. A motivação é algo que me faz ir em frente quando todo o contexto exterior apresenta razões fortes para que eu faça o contrário.

Esta motivação é espontânea, genuína e não obedece a um princípio de necessidade que impõe a você se mover, obriga-o a fazer determinada coisa. A motivação também não me leva a fazer nada em vão, mas tudo tem um fim, um propósito. Os efeitos produzidos por essa motivação, o são por livre vontade da consciência.

A motivação é minha, de mim para mim mesmo. Não tem como eu motivar o outro. Posso e devo ajudá-lo, estimulá-lo ao autoconhecimento, mas essa verdadeira motivação é exclusiva de cada consciência…

A motivação vem sempre galopando sobre a responsabilidade que se manifesta no trabalho e acariciada pelo vento agradável do lazer. Portanto, não se confunde com obrigação, no sentido de ser pesado, oneroso ou mesmo desagradável.

Nascida do exercício da vontade da consciência, tem seu esteio no corpo mental e não na efemeridade das emoções.

Se não for autoconsciente, não é o que eu gosto ou prefiro que determina a minha motivação.

O que me move é o que determina a minha vontade consciente.