Por Leopoldo Brasileiro
Amanheci hoje refletindo sobre a aula a que assisti ontem no Centro de Estudos e Pesquisas Psicobiofísicas, proferida pelo Professor, Paulo Chaves, sobre “Mística e Verdade”, e resolvi registrar, a meu modo e ao nível de compreensão em que me encontro, hoje, o que ficou em mim, isto é, o que engoli, enquanto ouvia a importante palestra.
A humanidade em todos os tempos foi e continuará sendo uma criadora e contadora de estórias. À semelhança de uma criança que acreditou no “lobo mau”, continua infantil ouvindo estórias, acreditando nelas, modificando-as e as recontando.
São assim, as filosofias, as ciências e as religiões, a maioria delas produzida por homens que se julgam conhecedores da Verdade e passam a ensinar e transmitir para os outros o que imaginam que ela seja. Ninguém pode ensinar Verdade. Abarrotados de conhecimentos esquecemos que a única maneira de nos aproximarmos da Verdade é a experienciação de cada um, no laboratório da vida.
Não pretendo com isso dizer que devamos desprezar essas estórias, não. Acho até que algumas delas, particularmente os escritos ditos sagrados, nos auxiliam quando nos apresentam estórias de amor, felicidade, paz, iluminação, deus, etc., ensejando-nos despertar para o entendimento de que a Verdade não pode ser explicada nem adquirida, tem que ser sentida. A Verdade não está; a Verdade É.
Tudo é Verdade, a vida é Verdade e o que vier a ser revelado já era igualmente Verdade que permanecia oculta pela ausência da lucida percepção.
Estamos envolto em Verdade, respiramos Verdade e ao mesmo tempo somos essa Verdade. Temos que aos poucos, ir deixando de lado qualquer denominação ou qualificação do que seja Verdade, porque ela não precisa de nome nem de qualidade, se precisasse não seria Verdade.
Assuntos assim são de assimilação muito difícil e mais difícil é falar sobre eles usando palavras, expressões verbais. A razão, o raciocínio não são capazes de nos fazer conceber a Verdade. Nem mesmo a mente, nosso corpo mais sutil, pode alcança-la. Trata-se de esclarecimentos que surgem de momento, quando entramos numa espécie de transe natural (não provocado), e não nos ocupamos deles.
Nossos cinco sentidos não nos oferecem a possibilidade de contato com a Verdade, até atrapalham. Começo a perceber que não é olhando para fora que vamos encontrar indicativos de Verdade e sim introspectando, olhando para dentro de nós mesmos numa atitude de auto percepção. Todas as fórmulas de análise da água não são capazes de nos revelar seu verdadeiro gosto e valor; temos que bebê-la.
Alimenta-me a ideia de que o relaxamento e o silencio, estes sim, são capazes de nos intuírem sobre Verdade, mais do que um milhão de palavras.
Para fazer uma parada nessa reflexão que ao alongar-se mais difícil se torna, digo, sujeitando-me a estar incorrendo em erro, que sou Verdade em estágio inicial de manifestação.
Essa é a estória que estou contando, hoje, amanhã . . .